Os movimentos dos consumidores globais têm impactado não somente na composição dos alimentos e bebidas, mas também nas suas embalagens. Como as marcas estão respondendo a esta demanda? Quais inovações já estão no mercado?

Em um mercado volátil, a mudança é uma constante. No setor de alimentos, essa máxima é ainda mais relevante: além de se preocupar com a composição dos seus produtos, é preciso que as marcas estejam atentas na forma com que os apresentam. Que as embalagens cumprem papel fundamental nas vendas não é novidade. No entanto, os movimentos em busca de bem-estar, saúde e sustentabilidade na alimentação têm produzido efeitos também nas expectativas dos consumidores em relação às embalagens dos produtos, refletindo a preocupação com a sua própria saúde e a saúde do planeta.

Com isso, linguagens, formatos e materiais mudaram e continuam nesse movimento de metamorfose.

Hoje, o storytelling é um dos fatores-chave para marcas que buscam maior aderência entre os consumidores. É um instrumento de aproximação ao pilar de sustentabilidade, traduzindo-se em transparência nas informações e na redução dos impactos da embalagem no ecossistema — porém, sem abandonar a conveniência e praticidade dos novos formatos.

No entanto, o que, na prática, isso significa para o mercado e para as marcas brasileiras?

Em especial, a possibilidade de se antecipar e planejar novas ações estratégicas, conquistando um importante diferencial competitivo para 2020 e os próximos anos. Além disso, claro, a oportunidade de se alinhar às mudanças que já começam em mercados como o norte-americano, europeu e asiático.

As agências internacionais especializadas em pesquisas de mercado, como Innova Market e Mintel, coletaram dados aprofundados e valiosos para definir onde começa e até onde vai a onda sustentável nas embalagens de alimentos e bebidas.

Confira, a seguir, as principais tendências para as embalagens de alimentos e bebidas. Continue a leitura para identificar o que vai nortear a indústria de alimentos neste ano, assim como oportunidades de mercado!

Embalagens de alimentos e bebidas mais sustentáveis: um desejo do consumidor

Não só no âmbito das embalagens, mas em tudo: a sustentabilidade é pop. E esse não é um título vazio: os consumidores realmente se preocupam com o impacto ambiental de suas ações. Na base desse sentimento, estão as embalagens de alimentos e bebidas.

Lançada em março, a nova pesquisa da Innova Market sobre as Tendências de Embalagem para 2020 (Top Packaging Trends 2020) identificou “A linguagem da sustentabilidade ambiental” como a principal tendência deste ano.
Esse ponto tem uma conexão especial com o item que encabeça a lista de Top 10 Trends da Innova para o mercado global de alimentos: “Storytelling: Winning with Words”.

Segundo a Innova, o consumidor busca compreender como os produtos são feitos. Dessa forma, além de confiar mais em seus benefícios, reforça a sua relação com a marca.

“As marcas FMCG (fast moving consumer goods) estão cada vez mais reconhecendo os atributos ambientais das embalagens como uma proposta fundamental de venda de bens de consumo embalados”, afirma o Top Packaging Trends 2020.

Ainda de acordo com a Innova, uma pesquisa realizada com consumidores alemães, britânicos e indianos em 2019 descobriu que 38% deles busca entender o impacto dos alimentos e bebidas que compram.

“A maioria dos entrevistados indicou que essas informações os fazem se sentir mais conectados à marca”, reforça a Innova.
Já a Mintel, em seu estudo “2030 Packaging Trends”, que traça estimativas e cenários para os próximos 10 anos, também aponta para a sustentabilidade, mas de uma forma mais incisiva.

Em uma de suas tendências, “Apocalipse das Embalagens”, a Mintel cita que a mudança climática será o vetor para mudanças. Um dos principais pontos é a emissão de carbono, dado no qual os consumidores ficarão cada vez mais de olho.

“Espera-se que a embalagem inteligente de 2030 calcule automaticamente os impactos de carbono das compras existentes e potenciais para permitir que os consumidores adotem hábitos de consumo mais responsáveis”, afirma Benjamin Punchard, diretor global de embalagens da Mintel.

A redefinição da embalagem

De certa forma, ambos os relatórios indicam para uma verdadeira redefinição do conceito de embalagem.
Mais pé no chão, o estudo da Innova aponta para uma transformação no uso do plástico. Não à toa, as empresas FMCGs estão investindo grandes quantias em plásticos reciclados.

Iniciativas de reciclagem pós-consumo (PCR) também ganham destaque e começam a crescer no mercado. Por exemplo, na Alemanha, a KHS, fornecedora de sistemas de envase e embalagem, lançou a primeira garrafa de suco reciclável feita de 100% de PET reciclado (rPET) na feira K 2019 em Düsseldorf.

Já segundo a Mintel, para o futuro, redefinição das embalagens virá pelo próprio nome. Em vez de “sustentável”, será uma embalagem “responsável”. A mudança será circunstancial para que uma nova percepção se forme, “uma abordagem prática, que as marcas podem promover e defender, e os consumidores podem entender e agir”, explica David Luttenberger, diretor global de embalagens da Mintel.

A tecnologia e o “fator Uau!”

Assim como acontece na indústria global de alimentos, a tecnologia também é uma tendência para o mundo das embalagens.
“Deeper connections”, do relatório de Tendências de Embalagens da Mintel para 2030, aponta justamente para o avanço de tecnologias que miram na conectividade. Casas mais inteligentes, gadgets mais inteligentes e por que não embalagens mais inteligentes?

É o que o futuro indica.

Segundo a Mintel, as marcas que se destacarão no futuro serão aquelas com tecnologia necessária para criar embalagens que resolvam as necessidades de seus consumidores. Aqui, a palavra-chave é “entender as necessidades”.

“Mudanças tecnológicas serão aplicadas à maneira como os consumidores trabalham, aprendem, descansam e se divertem. As marcas que vão florescer em 2030 serão as que criarem tecnologias que permitam aos consumidores percorrer com flexibilidade ou combinar esses aspectos de suas vidas, para seu próprio aperfeiçoamento” indica a Mintel.

Outra tendência destaque apontada pelo estudo da Innova foi o e-Punch — também conhecido como “fator uau!”. Com o crescimento da demanda por meio do varejo online, as marcas estão encontrando espaço para lapidar suas marcas. É nesse espaço que as embalagens encontram terreno para surpreender, ou melhor, utilizar seu “fator uau!”.

Além de aprimorar a experiência do consumidor ao desembalar um produto, importa o seu design e como ele tem relação com a sustentabilidade.

Como exemplo, destaca-se a ação da Smurfit Kappa em parceria com a Rollor Packaging, que produziu um pacote de papelão ondulado dedicado a peças de vestuário. Seu design é inspirado no alimento sushi e evita vincos que possam danificar o produto.

O que influencia essas mudanças?

A vontade dos consumidores é o que guia o vetor de mudanças nas indústrias, e na de alimentação não seria diferente. De acordo com a Pesquisa de Consumidores Innova de 2019, mais de dois terços (71%) dos consumidores brasileiros acreditam que as empresas de F&B devem usar apenas embalagens sustentáveis.

Porém, quando o assunto é embalagem de alimentos e bebidas, há outros fatores relevantes.

Governos vêm agindo para reduzir os impactos ambientais, estabelecendo acordos com marcas para que ouso de matérias-primas, como o plástico, sejam reduzidas ou trocadas.

No Reino Unido, por exemplo, o governo vai introduzir um imposto sobre embalagens plásticas a partir de 2022. Por outro lado, sanções financeiras serão estabelecidas para incentivar a incorporação do plástico reciclado na cadeia produtiva dessas empresas, criando um precedente interessante para sua adesão.

Por outro lado, marcas relevantes no mercado tomam a frente em ações para promover a sustentabilidade, enxergando-se como parte da equação.

O Project Gigaton, do Walmart Sustainability Hub, tem como missão remover mais de 1 bilhão de toneladas métricas de emissões de CO2 de suas cadeias globais em 10 anos. Segundo a empresa, em 2017, no ano de lançamento do projeto, a redução chegou a 6,1%.

Como adequar a sua marca a essa realidade de transformações?

Para o futuro, seja em uma escala próxima, pensando ainda em 2020, ou mesmo para daqui a 10 anos, uma coisa é certa: os consumidores estão cada vez mais exigentes. A urgência de temas relacionados ao meio ambiente ganhou relevância para as pessoas, que agora exigem o mesmo tipo de conscientização das marcas.

Para as marcas, é preciso ter consciência desse novo cenário e agilidade em buscar se adequar.

“Os consumidores recompensarão as empresas que oferecem produtos em embalagens inteligentes que podem se integrar perfeitamente ao seu ambiente doméstico on-the-go e inteligente. As embalagens simplificarão as tarefas domésticas, desde fornos que perguntam à embalagem em que temperatura cozinhar e por quanto tempo, até máquinas de lavar roupa que selecionam o detergente correto de uma embalagem inteligente”, conclui a Mintel.

Daqui para frente, o consumo consciente será o ponto de encontro das transformações na indústria global de alimentos. Implementar políticas e filosofias sustentáveis em sua linha de fabricação, do produto em si, passando pela embalagem e chegando à logística, será uma exigência para sobreviver em um mercado moderno e preocupado com o planeta.

E na sua empresa, como estão as iniciativas de inovação voltadas para as embalagens de sorvetes? Esperamos que o artigo ajude a inspirá-lo para soluções que atendam a esta demanda de mercado!

 

Fonte: Blog da Duas Rodas

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