Durante o mês de novembro, diversos prédios e monumentos históricos se iluminam de azul com o objetivo de chamar a atenção para o movimento global de conscientização em prol da saúde do homem. Todos os anos, oficialmente, 21 países preparam campanhas sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata, além de lembrar aos homens que cuidar da saúde é fundamental.
No Brasil, o Novembro Azul foi criado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, com o intuito de promover uma mudança de paradigmas em relação à ida do homem ao serviço de saúde. Francisco Norberto, Coordenador Nacional de Saúde do Homem do Ministério da Saúde, explica que apesar da campanha ter começado no Brasil com uma abordagem muito centrada na questão do câncer de próstata, ela foi ampliada para chamar a atenção sobre os cuidados com a saúde masculina em todos os aspectos.
“Nós começamos a trabalhar o Novembro Azul dentro da perspectiva de saúde integral. Então, se tornou um mês para alertar os homens sobre todos os cuidados com a saúde. É um meio importante para dar visibilidade às ações de saúde do homem no país. Durante este mês, todos os municípios brasileiros trabalham na perspectiva de trazer o homem para saúde integral”, esclarece.
O coordenador explica ainda que é importante que o homem entenda que deve-se cuidar da saúde em todos os sentidos, inclusive com a saúde mental. “Tratamos a prevenção de doenças, mas também damos orientação para que esse homem procure um serviço de saúde para receber cuidados em todos os aspectos. O profissional de saúde pode orientar sobre testes rápidos, como sífilis, hepatite e HIV. Orientações sobre hábitos saudáveis, alimentação e atividades físicas. E que também seja analisado se existe algum sofrimento psíquico, até mesmo pela dependência de alguma substância química, para que seja tratado corretamente”, complementa.
Exames de rotina
Os exames periódicos são essenciais para manter um cronograma de prevenção de doenças. Entre os cuidados básicos que todo homem precisa ter com a saúde, Francisco Norberto destaca os seguintes testes e exames que precisam ser realizados com frequência:
• Verificação da pressão arterial
• Hemograma completo e testes de urina
• Teste de glicemia, para prevenção de diabetes
• Atualização da carteira vacinal
• Verificação do perímetro abdominal e teste de IMC
Sorvete especial reduz efeitos colaterais em pacientes que fazem quimioterapia
A ideia é levar esse complemento alimentar para todos os pacientes internados ou em tratamento domiciliar
Pesquisadores do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), vinculado à Rede Ebserh, desenvolveram um sorvete especialmente para pacientes em tratamento oncológico. O produto ajuda a reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia em pacientes com câncer e funciona como um complemento alimentar.
O complemento alimentar foi consumido por provadores sem câncer e por pacientes em tratamento de quimioterapia. A pesquisa foi transformada em artigo científico e publicada no Journal of Culinary Science & Technology. “Por ser gelado, ele ajuda a anestesiar a cavidade bucal, que é uma das consequências do tratamento, que são as mucosites, sapinhos, enfim, que tanto dificultam a ingestão alimentar”, disse a professora Raquel Salles, do Departamento de Nutrição da UFSC, uma das nutricionistas responsáveis pela pesquisa.
O sorvete é também fonte proteína de alto valor biológico, fonte de fibra, livre de gordura trans, sem lactose e sem glúten, com alto valor calórico. Ele foi testado por um ano com os pacientes da quimioterapia do hospital e fez uma parceria com uma indústria catarinense – YPY Sorvestes Premium, que desenvolveu o produto em escala comercial em três sabores: limão, morango e chocolate. “Todos os sabores tiveram percentual de aceitação acima de 75%. Os resultados sugerem uma possibilidade terapêutica promissora a ser inserida na alimentação”, explica a residente Paloma Mannes, que também participou da pesquisa.
A médica da equipe de hematologia do HU Giovana Steffenello explicou que o paciente que está em tratamento tem alteração no paladar e passa por dificuldades para se alimentar. Por isso, o sorvete, por ser de boa aceitação, ajuda a amenizar os problemas no tratamento. “O paciente também sente bastante náuseas, às vezes até o cheiro da comida pode incomodar”, afirma.
Os dados científicos mostram os bons resultados e a aceitação do sorvete, mas o que mais comprova esta realidade é o depoimento de pacientes, como Carolina Martins, que faz tratamento no HU por conta de um linfoma e conheceu o produto. “O sorvete é delicioso e minimiza os efeitos da quimioterapia”, diz Carol, que recebe as orientações das nutricionistas. Outros pacientes aprovam a novidade. O aposentado Carlos Alberto Martins disse que a recuperação melhorou depois do consumo do sorvete. “Então com sorvetinho ficou tudo de bom. A recuperação é melhor ainda”.
A ideia é levar esse complemento alimentar para todos os pacientes internados ou em tratamento domiciliar que tenham necessidades nutricionais que requeiram aumentar o valor calórico e proteico na dieta. Tem a vantagem por ser um alimento que faz parte do repertório alimentar das pessoas em todas as faixas etárias, é nutritivo e saudável, além de respeitar os hábitos alimentares dos indivíduos já tão fragilizados, tanto do ponto de vista biológico como emocional.
“Humanizar o atendimento nutricional é nossa grande meta. Acreditamos que este complemento poderá ser usado também por pacientes com outros tipos de câncer, com distúrbios neurológicos, pacientes pós-trauma bucomaxilo, entre outras situações como idosos que não têm vontade de se alimentar”, acredita a professora Francilene Vieira, coordenadora do estudo.
A pesquisa contou ainda com a participação da nutricionista da unidade de onco-hematologia Akemi Kami.
Com informações do HU-UFSC