ABIS lança campanha para que o alimento ocupe papel similar ao do tradicional cafezinho no Brasil
23/09/2020 00:01 Felipe Shikama – Jornal Cruzeiro – SOROCABA
Presidente da ABIS, Eduardo Weisberg, conta que o movimento surgiu com o intuito de reforçar que o consumo de sorvete pode ser realizado de uma forma muito mais abrangente. “A nossa ideia é que o sorvete ocupe papel similar ao do tradicional cafezinho”, defende Weisberg.
Segundo a ABIS, existem no país mais de dez mil empresas ligadas à produção e comercialização de sorvetes industriais e artesanais, sendo que 92% são micro e pequenas empresários que, juntos, respondem pela geração de cem mil empregos diretos e mais de duzentos mil indiretos. Em 2019, o setor de sorvetes movimentou cerca de R$ 13 bilhões, período em que foram consumidos mais de um bilhão de litros.
História do alimento também é deliciosa
Alimento que é unanimidade em épocas de calor, mas que pode ser consumido o ano todo, o sorvete teria sido criado pelos persas, alguns séculos antes de Cristo, mas a sua exata origem é incerta. Alguns pesquisadores apontam que a história do sorvete começou com os chineses há cerca de quatro mil anos e era o resultado da mistura de frutas com a neve. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), esta técnica foi passada aos árabes, que logo começaram a fazer caldas geladas chamadas de sharbet, e que mais tarde se transformaram nos famosos sorvetes franceses sem leite, os sorbets.
Há quem diga que nos banquetes de Alexandre, o Grande, na Grécia, e nas famosas festas gastronômicas do imperador Nero, em Roma, os convidados já degustavam frutas e saladas geladas com neve. A grande revolução no mundo dos sorvetes, porém, de acordo com a Abis, aconteceu com Marco Polo, que levou do Oriente para a Itália, em 1292, o segredo do preparo de sorvetes usando técnicas especiais. Assim, a moda dessa sobremesa gelada espalhou-se por toda a Itália.
Para o grande público francês, o sorvete só chegou no século seguinte, quando Francesco Procópio abriu um café, em Paris, que servia bebidas geladas e sorvete tipo sorbet. Após se espalharam por toda a Europa, os sorvetes chegaram aos Estados Unidos, que realizou a primeira produção de sorvete em escala industrial. Atualmente, os norte-americanos são os que mais consomem sorvete em todo o mundo, uma média per capita de 22 litros por ano.
No Brasil, onde o consumo individual é de cinco litros por ano, o sorvete ficou conhecido em 1834, quando dois comerciantes cariocas compraram 217 toneladas de gelo, vindas em um navio norte-americano, e começaram a fabricar sorvetes com frutas brasileiras. Na época, como não havia como conservar o sorvete gelado e, por isso, tinha que ser tomado logo após o seu preparo, um anúncio avisava a hora exata da fabricação. O primeiro anúncio apareceu em São Paulo, no dia 4 de janeiro de 1878, contendo a seguinte mensagem: “Sorvetes — Todos os dias às 15 horas, na Rua Direita, nº 44”.