O setor de sorvetes teve uma alta de 50% nas vendas desde o início da onda de calor que acometeu o país nos últimos dias. A ABIS (Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes) diz que alguns dos seus associados relataram um aumento ainda maior nas vendas, de até 100%.
As temperaturas ultrapassaram os 40ºC graus em diversos pontos do país.
Aumento do consumo de sorvetes
O país consome, em média, um bilhão de litros de sorvete por ano. O consumo por pessoa é de 5 litros por ano, segundo dados da ABIS.
As empresas do setor têm falado em um aumento de, pelo menos, 50% nas vendas. Mas Eduardo Weisberg, Presidente da ABIS, diz que alguns associados falam em até 100% de aumento. O Brasil tem hoje 11 mil empresas ligadas ao setor de sorvetes e gelatos, sendo que 92% são micro e pequenas empresas.
Tenho conversado com algumas empresas, logicamente não todas, porque não dá tempo. Pela grande maioria que tenho conversado houve um incremento, no mínimo, de 50% nas vendas, em alguns locais, algumas empresas chegando a 100%, tudo depende da região, do calor, dos produtos, mas realmente há um incremento significativo.
– Eduardo Weisberg, Presidente da ABIS
A Oggi Sorvetes, por exemplo, relatou um aumento nas vendas de 300% desde o início dos dias mais quentes.
“Estamos tendo recorde de vendas em todas as lojas as lojas nos últimos 3/4 dias”, disse Rodrigo Mauad, fundador da empresa. Já a Sorvetes Rochinha, fala em um aumento de 200% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Apesar da alta da demanda, não faltou mercadoria. Isso porque o setor já preparava sua produção e estoque para o verão, que começa em dezembro.
Obviamente que as empresas estão repondo agora os produtos, trabalhando mais intensamente, mas não houve falta. Houve algum probleminha esporádico ou pontual, mas quem realmente está trabalhando muito, abrindo mais cedo e fechando mais tarde, são as sorveterias e gelaterias, aproveitando esse boom de vendas.
– Eduardo Weisberg, Presidente da ABIS.
Falta de energia não atrapalhou
A região Sudeste é a que mais consome sorvete no país, segundo números da Abis. Ela é responsável por 52% do consumo no país. Depois vêm as regiões Nordeste (19%), Sul (15%), Centro-Oeste (9%) e Norte (5%).
São Paulo lidou nas últimas semanas com falta de energia em diversos pontos da cidade. A queda de energia generalizada aconteceu após fortes chuvas no dia três. Demorou uma semana para que a Enel reestabelecesse a energia em 100% de todos os imóveis e estabelecimentos atingidos.
40 lojas da Oggy precisaram fechar por 48 horas. Mas a situação normalizou e não voltou a acontecer, disse Rodrigo Mauad, da Oggi, ainda que a energia tenha caído novamente em alguns locais da capital após a chuva do último dia 15.
A fábrica da Rochinha Sorvetes fica em São José dos Campos, onde não faltou energia. Não houve relatos de lojas fechadas na ocasião. O Presidente da ABIS diz que a maioria dos problemas foi pontual. “Na minha fábrica não teve problema algum, por causa das câmaras na minha residência eu tenho também estoque e aguento firme, porque foram 6 horas sem energia, mas aí depende de cada empresa”, diz.
Temperaturas vão amenizar
O Inmet emitiu um alerta no último dia oito sobre a onda de calor que estava prevista para acontecer. A expectativa era de que as temperaturas ficassem 5ºC acima da média por um período maior do que cinco dias.
15 estados e o Distrito Federal estavam com aviso de alerta vermelho no Inmet. São Paulo teve o segundo dia mais quente de sua história, atingindo os 37,7ºC na segunda (13) e na terça (14).
As altas temperaturas devem perder força nos próximos dias, graças a uma frente fria que chega nesta sexta-feira (17) na região Sudeste. Ainda assim, o alerta de alta temperatura continua para 15 estados e o Distrito Federal.
As tempestades previstas são resultados, justamente, do calor forte e do aumento da umidade. Com a passagem dos temporais, a temperatura deve diminuir na segunda-feira (20).