O sorvete que ajuda na luta contra o câncer

Pesquisadores brasileiros desenvolvem o doce ideal para quem se trata de um tumor.

Por Thaís Manarini – 12 fev 2019, 09h30

VEJA SAÚDE

Alimentos gelados estão entre os preferidos por quem passa pela quimioterapia. É que eles ajudam a conter náuseas e incômodos na boca, efeitos típicos desse tratamento contra o câncer — e que abalam o apetite dos pacientes.

De olho nisso, um time de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) elaborou um sorvete especialmente desenhado para essa turma. Ele leva whey protein isolado, azeite de oliva (sem odor!) e açúcar orgânico rico em fibras.

“Chegamos a um produto de alta densidade calórica, algo necessário para esse indivíduo, mas à custa de proteína e gordura de boa qualidade”, conta a nutricionista Raquel Kuerten.

A guloseima, aliada da boa nutrição nessa fase difícil, foi aprovada por pacientes do Hospital Universitário da UFSC. A empresa parceira, Ypy Sorvetes Premium, já disponibiliza três sabores em algumas regiões do Brasil.

Sorvete faz bem à saúde e é uma delícia, aponta estudo

Matéria veiculada pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon

Você se lembra quando seu filho era pequeno e, na hora do almoço, não queria comer tudo ou fazia alguma malcriação? Você então o repreendia dizendo que por causa daquilo não haveria sobremesa. Pois se, naquele tempo, você tivesse lido essa matéria, certamente não teria dito isso, principalmente se a sobremesa fosse sorvete.

Há algum tempo, pesquisadores e nutricionistas têm afirmado que o sorvete, quando consumido com moderação, traz inúmeros benefícios à saúde. Considerado um alimento completo e de alto valor nutritivo, ele contém proteínas, carboidratos, cálcio, fósforo, lipídios, vitaminas A, B1, B2, B6, C, D, E e K, além de outros minerais.

Seu consumo também é indicado na dieta de alguns pós-operatórios devido a suas propriedades analgésicas e também por evitar hemorragias. Tratamentos quimioterápicos e cirurgias para retirada de amídalas, refluxo gastroesofágico ou cirurgias ortodônticas são algumas das situações mais comuns em que a dieta gelada é prescrita pelos médicos.

Comprovação científica

Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, identificou que o sorvete contém um aminoácido conhecido como triptofano, que atua na produção de serotonina no corpo humano, acalmando e reduzindo a agressividade. Por isso, o sorvete é indicado no combate ao estresse e para pessoas que precisam relaxar e dormir melhor.

Um outro estudo, do Instituto de Psiquiatria de Londres, rastreou a atividade cerebral de pessoas que consumiram sorvete de baunilha e descobriu que o alimento tem efeito imediato em partes do cérebro responsáveis pela sensação de prazer.

Já na Universidade de Harward, 18.555 enfermeiras casadas foram submetidas a testes por oito anos seguidos. Os pesquisadores descobriram que mulheres que consumiam mais de duas porções de sorvete por semana tiveram uma chance 85% maior de não desenvolver problemas na ovulação, quando comparado às enfermeiras que consumiram laticínios com menor teor de gordura. A conclusão foi que produtos com menores taxas de gordura podem interferir negativamente na fertilidade das mulheres.

Em contrapartida, os pesquisadores lembram que o consumo exagerado de sorvetes com alto teor de gordura pode levar à obesidade que, por sua vez, também pode comprometer a fertilidade da mulher.

Sorvetes medicinais

Prometendo tratar inúmeros problemas de saúde, a marca espanhola de sorvetes artesanais Heladerias Llinares desenvolveu uma série com 12 sabores para uso medicinal.

Em sua página na internet (www.heladeriasllinares.com), a empresa cita alguns exemplos, como o sorvete de centelha asiática, que atua no combate à celulite, e a mistura de valeriana, erva-cidreira e tília, indicada no tratamento contra o estresse. O sorvete de erva-doce, além de ser uma delícia, é indicado para o combate a flatulências, garante o fabricante. Mas se o seu problema é dificuldade para emagrecer, você pode se deliciar com o sorvete à base de aloe vera.

Sucesso absoluto em vários países da Europa, a empresa garante que possui outros produtos que ajudam a solucionar problemas como tabagismo e insônia.

Mas como surgiu o sorvete?

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete (Abis), a sobremesa já possui 3 mil anos de existência e foi criada na China, quando chineses passaram a misturar neve com frutas e mel. A mania rapidamente se espalhou pela região chegando a outros povos como os árabes e franceses.

Em 1292, a moda chegou à Itália, já com um processo produtivo mais desenvolvido. Logo a sobremesa se espalhou por toda Europa e Estados Unidos. Mas foi só em 1834 que essa maravilha chegou ao Brasil.

Atualmente, no Brasil, existem 8 mil empresas fabricantes de sorvete. Dessas, 92% se enquadram no perfil de micro e pequenas empresas, gerando 75 mil empregos diretos e 200 mil indiretos.

Um levantamento realizado pela Global Data em parceria com a Abis apontou que, em 2016, mais de 1 bilhão de litros de sorvetes foram consumidos, uma média de 4,86 litros/ano por pessoa. A produção atingiu a marca de 675 milhões de litros por ano e o setor faturou pouco mais de R$ 12 bilhões.

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