Edson Gonçalo

Diretor Técnico da ABIS

 

Imaginem um cenário hipotético, onde temos uma grande epidemia, de uma doença contagiosa, com um vírus em contato direto entre as pessoas em um país da Europa, e nesse mesmo país temos uma partida de futebol entre os dois principais times desse mesmo país, com o estádio lotado e com várias pessoas contaminadas. Qual seria a probabilidade de um indivíduo se contaminar se ele frequentar esse estádio durante essa partida de futebol? Alta, média ou baixa? Provavelmente, nesse caso, a probabilidade desse indivíduo de se contaminar seria alta.

Agora se esse indivíduo fosse uma pessoa com mais de 60 anos, com histórico de câncer, portador de diabetes e hipertensão, e estivesse presente nesse mesmo estádio. Qual seria a consequência dessa provável contaminação para esse indivíduo? Grave, média ou baixa? Provavelmente a consequência para esse indivíduo seria grave, podendo levar o mesmo até a óbito.

Conforme o texto supracitado, quando cruzamos as informações sobre a Probabilidade de contaminação, com a Consequência (severidade) dessa contaminação para a saúde do referido indivíduo, temos o Risco (Probabilidade vs. Consequência = Risco). Portanto, quando analisamos os cenários para evitar que o indivíduo supracitado venha a se contaminar, e até morrer, nós temos a Análise de Risco.

Quando levamos esse mesmo raciocínio da Análise de Riscos para o universo corporativo, podemos avaliar melhor os cenários de mercado, de forma a resguardar a sustentabilidade econômica e financeira das empresas.

Essa análise de cenários deve ser feita envolvendo os seguintes níveis corporativos:

● Nível Estratégico – Ex. Alta Direção, CEO e outros Diretores.
● Tático – Gerentes, Supervisores, Encarregados e outros cargos de comando.
● Operacionais – Colaboradores diretamente envolvidos com as atividades operacionais e produtivas.

A análise de cenários deve ser feita identificando as variáveis de mercado, de acordo com a matriz SWOT – Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças):

● Strengths (forças) – vantagens internas da empresa em relação às concorrentes. Ex.: qualidade do produto oferecido, bom serviço prestado ao cliente, solidez financeira etc.
● Weaknesses (fraquezas) – desvantagens internas da empresa em relação às concorrentes. Ex.: altos custos de produção, má imagem, instalações inadequadas, marca fraca etc.;
● Opportunities (oportunidades) – aspectos externos positivos que podem impactar o desempenho competitivo da empresa. Ex.: mudanças nos gostos dos clientes, falência de empresa concorrente etc.;
● Threats (ameaças) – aspectos externos negativos que podem pôr em risco a vantagem competitiva da empresa. Ex.: novos competidores, perda de trabalhadores fundamentais, crises epidêmicas de saúde pública, crises econômicas etc.

Uma vez que estas variáveis sejam identificadas, analisadas e devidamente tratadas, as corporações podem potencializar as oportunidades de mercado, aproveitando suas forças corporativas, para se tornarem cada vez mais fortes e mais robustas, mas por outro lado, essas mesmas corporações podem se tornar mais resistentes às crises, através das análises das ameaças de mercado e de suas fraquezas corporativas, se tornando mais sólidas e mais efetivas para aproveitar as prováveis oportunidades de negócios, se tornando atraentes para os investidores do mercado.

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